Tem curiosidade em saber como é o trabalho de um cão terapeuta, que é aquele animal que oferece auxílio para pacientes internados em hospitais e idosos que vivem em clínicas e asilos?
Pois para entender melhor como eles atuam, conversamos com Jany Chang, empresária e tutora da Julie, uma golden retriever de 6 anos. Desde 2018, a dupla é voluntária em serviços de assistência de saúde.
Na entrevista a seguir, Jany conta sobre a preparação para o trabalho e explica por que decidiu tornar a Julie um cão terapeuta. Confira.
Como é o trabalho de um cão terapeuta?
O trabalho do cão que atua nas intervenções é se conectar aos assistidos, facilitando o processo terapêutico. Ele cria uma ponte entre o terapeuta/voluntario/professor e o assistido/paciente/aluno.
O quanto essa interação com os animais ajuda as pessoas?
Estudos mostram que após 5 a 15 minutos de interação positiva com o cão, hormônios como ocitocina e serotonina são liberados, promovendo uma sensação de relaxamento e bem-estar tanto no humano quanto no cão. O que vemos no dia a dia das visitas é um ambiente alegre, onde os pacientes resgatam memórias positivas, brincam e se relacionam com cães e voluntários, tirando o foco da internação, da doença. Na pediatria, por exemplo, as crianças saem da cama para interagir, passear e brincar com cão e voluntários e percebemos que o medo, a dor e a tristeza dão lugar aos sorrisos.
Você falou que os cães ficam relaxados e com sensação de bem-estar. Quais outros benefícios esse trabalho proporciona para eles?
O cão coterapeuta também se beneficia do contato e do amor que recebe dos humanos assistidos. Ele tem atenção e é paparicado por todos, dos pacientes aos funcionários do hospital.
Como é o treinamento de um cão terapeuta? Quanto tempo demora até que ele fique apto para o trabalho?
O preparo deve começar desde o primeiro dia de vida. O filhote deve criar uma associação positiva com pessoas e com o mundo. Por isso, assim que possível, inicia-se o trabalho de socialização, educação e o treinamento de habilidades específicas para o trabalho. Geralmente, o cão começa a amadurecer após os 18 meses, que é quando ocorrem as provas/testes para começarem a trabalhar, mas o treinamento nunca termina.
Por que decidiu tornar a Julie um cão de terapia?
Julie sempre gostou mais de interagir com pessoas do que com outros cães. Aí conheci o trabalho dos cães coterapeutas e achei que ela tinha o perfil para esse trabalho. Fizemos treinamentos e testes, e ela foi aprovada. Ela realmente adora essa interação com as pessoas.
Quando exatamente essa jornada começou?
Começamos em 2018. Eu entrei primeiro no Inataa (Instituto Nacional de Ações e Terapia Assistida por Animais) como voluntária, assisti palestras, fui visitar as instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) e os hospitais atendidos pela organização. Enquanto isso, a Julie fazia treinamentos com uma turma de futuros cães terapeutas com professores da Tudo de Cão.
Onde vocês atuam?
Atualmente, vamos ao Hospital Cruz Azul, na ala das crianças.
Terapia assistida por animais
A terapia assistida por animais, como destacou Jany, traz muitos benefícios para o assistido e, também, para o cachorro. Nessa relação, todo mundo ganha.
Mas para que um cão se torne um terapeuta, ele precisa ter algumas características específicas: ser calmo e pacífico, conviver bem com pessoas e outros bichos e ser disciplinado.
Além disso, é imprescindível que passe por um treinamento para que se torne realmente apto para o trabalho. Depois, é só cuidar muito bem do animalzinho para que ele consiga levar alegria para quem precisa.
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